Portugal quer mobilização da reserva agrícola a curto prazo

A Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, referiu no Conselho Agrifish, em Bruxelas, que Portugal quer a mobilização da Reserva Agrícola no curto-prazo em tempo de incentivar os agricultores a aumentar a oferta de produtos alimentares.

«O prolongamento do conflito entre a Ucrânia e a Rússia prolonga também os riscos de instabilidade dos mercados agrícolas e os impactos desta instabilidade têm vindo a refletir-se na inflação com particular incidência nos produtos alimentares. É com preocupação que antecipamos a próxima campanha de primavera-verão. Com efeito, os agravamentos dos custos dos fatores de produção podem influenciar as decisões de produção dos agricultores. Defendemos, por isso, a mobilização da Reserva Agrícola no curto-prazo, em tempo de incentivar os agricultores a aumentar a oferta de produtos alimentares», declarou Maria do Céu Antunes.

Nesta reunião, a Ministra da Agricultura lembrou que, em Portugal, os últimos dados disponíveis apontam para um agravamento dos custos de fertilizantes em 117%, da energia e lubrificantes em 41% e dos alimentos para animais em cerca de 30%.

«Esta conjuntura pode implicar, no próximo futuro, a redução das áreas de produção ou a redução das produtividades, essa situação pode levar a uma nova pressão inflacionista dos produtos alimentares ao consumidor. Neste quadro, é muito importante utilizar os instrumentos que temos disponíveis que, de modo dirigido, mitiguem este acréscimo de custos na produção agrícola», afirmou.

«Acresce que os prazos para o acionamento e pagamento dos cerca de 450 Milhões euros da Reserva Agrícola europeia em 2023 obrigam a uma decisão rápida que permita a sua utilização nos próximos meses. Deste modo, temos a expectativa que a Comissão Europeia venha a apresentar, no início de 2023, uma proposta de regulamento ao Conselho de Ministros», frisou Maria do Céu Antunes.